Enciclopédia católica
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O Domingo[]

Significado do Domingo[]

“Week-end, é a expressão inglesa que significa: descanso de fim de semana.” É natural que as pessoas após uma semana de trabalho, tirem um dia para descansar, para repor suas forças, para ficar junto de sua família. Algumas pessoas, quando o fim de semana é prolongado por algum feriado, preferem ir para o litoral ou então para o campo para entrar em contato com a natureza, com o verde, com o mar, etc. Ora, este descanso é necessário para todos. Até mesmo Deus, depois de ter feito toda a criação descansou (cf. Gên. 2, 2). Mas qual a origem do descanso dominical? “Sua origem está na doutrina vétero-testamentária do sábado.

Seria um erro dizer que cristianismo só se conhece a partir da segunda metade do século III. O imperador Constantino se encarregou de generalizar o descanso dominical estabelecendo como lei o que já era costume bastante difundido entre os cristãos.”,Pelo fato que a historia da igreja pre-constantino relatam muitos documentos historicos sobre a comunidade crista e a pratica do domingo em seus encontros como irmaos; Temos Exemplos como;

A “Didaqué” ou “A Doutrina dos Doze Apóstolos” (65/80 d.C.)

É um dos mais antigos escritos cristãos não-canônicos, pertencente ao grupo dos Padres Apostólicos, e considerado anterior a muitos escritos do Novo Testamento. Foi redigido entre os anos 65 e 80 da Era Cristã. Encontramos nele uma breve menção à contínua celebração da Eucaristia a cada Dia do Senhor, como o sacrifício perpétuo agradável a Deus profetizado pelo profeta Malaquias:

– “Reunidos a cada Dia do Senhor, fracionai o pão e dai graças após terdes confessado os vossos pecados, a fim de que o vosso sacrifício seja puro. Portanto, todo aquele que tiver um contenda com o seu companheiro não se junte a vós até que não tenham se reconciliado, a fim de que não se profane o vosso sacrifício, porque este é o sacrifício do qual disse o Senhor: ‘Em todo lugar e em todo tempo Me é oferecido um sacrifício puro, porque Eu sou grande Rei – diz o Senhor – e meu Nome é admirável entre as nações’ [Malaquias 1,11]”].

[2] Porém, atualmente, este descanso do fim de semana está sendo discutido pois, com a modernidade, o avanço tecnológico, o progresso industrial, é exigido das pessoas jornadas de trabalho fora do convencional, turnos realizados até mesmo aos domingos, nos fins de semana. Mas nós cristãos, qual o significado do Domingo para nós? Qual o sentido do descanso no Domingo? A resposta a esta questão está no próprio significado da palavra. Domingo vem da expressão latina: Dies Dominica, que por sua vez é uma expressão vinda do grego: “kyrieké hemera”, que significa Dia do Senhor Ressuscitado, ou melhor, Dia do Senhor. “Portanto o Domingo cristão não é um simples ‘week-end’ em que se introduz a Missa, mas é um dia todo iluminado pela luz do Senhor ressuscitado.”

Epístola de Barnabé é um tratado cristão contendo 22 capítulos[6], escrito em grego, com algumas características de carta. É tradicionalmente atribuída a São Barnabé, o mesmo que aparece no livro dos Atos dos Apóstolos como colaborador e companheiro de São Paulo de Tarso. Foi conservada em um códice do Antigo e Novo Testamento – o Sinaítico – o que demonstra que foi muito apreciada pela Antiguidade Cristã, assim como outras obras como a Didaqué e o Pastor de Hermas, chegando a figurar no grupo dos livros que circulavam como divinamente inspirados antes que o cânon fosse definitivamente fixado. A datação varia entre os anos 96/98 e 130/134[8].

Encontramos nesta epístola uma detalhada explicação da visão cristã primitica acerca de como, para os cristãos, o Dia do Senhor era o domingo, por ser o dia da ressurreição de Cristo:

– “Por fim, [o Senhor] lhes disse: ‘Não tolero vossos novilúnios e vossos sábados’ [Isaías 1,13]. Observai como disse: ‘Não aceito os vossos sábados de agora, mas aquele que Eu fiz, aquele em que, fazendo descansar todas as coisas, farei o início de um oitavo dia, isto é, o início de um outro mundo. Justamente por isso nós celebramos também o oitavo dia com regozijo, por ser o dia em que Jesus ressuscitou dentre os mortos e, depois de Se manifestar, subiu aos céus”[9].

Inácio de Antioquia (+107 d.C.)

Discípulo de Pedro e Paulo, segundo bispo de Antioquia e mártir durante o reinado de Trajano por volta do ano 107 d.C.. Quando foi condenado à morte, ordenou-se que fosse conduzido da Síria para Roma, onde seria martirizado. No caminho para Roma, escreveu seté cartas dirigidas às igrejas de Éfeso, Magnésia, Trália, Filadélfia, Esmirna, Roma e, ainda, uma carta a São Policarpo [, bispo de Esmirna]. Quando escreveu aos magnésios, testemunhou que os cristãos não guardavam o sábado, mas o domingo:– “Pois bem. Se os que foram criados na antiga ordem das coisas vieram à novidade da esperança, já não guardando o sábado mas vivendo segundo o domingo, dia em que a nossa vida amanheceu pela graça do Senhor e mérito da Sua morte – mistério que alguns negam. Sendo assim, por Ele recebemos a graça de crer e por Ele sofremos, a fim de sermos encontrados como discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre. Assim, como podemos nós viver fora Daquele sobre quem os próprios profetas – seus discípulos espirituais – esperavam como Mestre? Por essa razão, Aquele que justamente esperavam, tendo vindo, os ressuscitou dentre os mortos… É absurdo levar Jesus Cristo até vós e viver judaicamente, porque não foi o Cristianismo que acreditou no Judaísmo, mas o Judaísmo no Cristianismo, no qual se congregou toda língua que crê em Deus”.

Justino Mártir (100-165 d.C.)

Mártir da fé cristã (por decapitação) em torno do ano 165, é considerado o maior apologista do século II.

Com São Justino ficou também firmemente atestado que era no domingo que os cristãos se reuniam para celebrar a Eucaristia. Um destes testemunhos encontra-se na sua Primeira Apologia, uma carta dirigida ao Imperador romano do seu tempo, em defesa dos cristãos que eram perseguidos:– “No dia que se chama ‘do sol’ (=domingo) é celebrada uma reunião com todos os que moram nas cidades ou nos campos; ali são lidas, conforme o tempo o permita, as Memórias dos Apóstolos ou os escritos dos Profetas. Depois, quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação oral e convida [a todos] que imitem esses belos exemplos. A seguir, todos nós nos levantamos e elevamos as nossas preces. E encerradas estas – como já dissemos – são oferecidos pão, vinho e água, e o presidente, segundo as suas forças, faz igualmente subir a Deus as suas preces e ações de graças; e todo o povo exclama: ‘amém’. Então vem a distribuição e participação, que se faz a cada um, dos alimentos consagrados pela ação de graças; e o seu envio, através dos diáconos, aos ausentes”.

Outra de suas obras, “Diálogo com Trifão”, transmite um de seus debates com um dos sábios judeus da época, e nele este sábio lhe atira na cara que os cristãos não guardavam nem a circuncisão, nem o sábado: “não guardais as festas [judaicas] e sábados, nem praticais a circuncisão”[15], aconselhando-o, em seguida, a obedecer a lei judaica:-“Se quereis, portanto, ouvir o meu conselho – pois já te tenho por meu amigo -, em primeiro lugar circuncida-te; depois, como é do nosso costume, observa o sábado, as festas e os novilúnios de Deus. Em uma palavra: cumpre aquilo que está escrito na Lei e, então, talvez possas alcançar misericórdia da parte de Deus”.

São Justino reconhece que os cristãos não guardam o sábado e explica o porquê:– “Há alguma coisa mais que reprovais em nós, amigos, ou apenas se trata do fato de que não vivemos conforme a vossa Lei, nem circuncidamos a nossa carne como os vossos antepassados e nem guardamos os sábados como vós?”[17].– “Já é necessária a segunda circuncisão e vós continuais com o vosso orgulho da carne. a Nova Lei quer que guardeis o sábado continuamente e vós, passando [apenas] um dia sem fazer nada, já pensais que sois religiosos…”.– “Porque também nós observaríamos essa circuncisão carnal e guardaríamos o sábado e todas as vossas festas se não soubéssemos a causa do por que foram ordenadas (…) Não as observamos porque essa circuncisão não é necessária para todos, mas apenas para vós. E sem o sábado também agradaram a Deus todos os justos anteriormente citados e, depois deles, Abraão e todos os filhos de Abraão até Moisés (…) Também, pois, o sábado vos foi ordenado por Deus para que vos lembrasseis Dele”[19].– “Porque se antes de Abraão não havia necessidade da circuncisão e nem antes de Moisés do sábado, das festas e dos sacrifícios, tampouco há agora depois de Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido sem pecado de Maria Virgem, da linhagem de Abraão”

Históricas[]

São poucos os textos bíblicos que nos dão informações sobre o domingo como dia específico do culto dos cristãos. Estes textos trata-se de ICoríntios 16, 2; At 20, 7-11 e Ap 1, 9-10. Nos livros citados acima, não podemos encontrar nenhuma evidência de que o domingo, o primeiro dia da semana é o dia de rendemos culto a Deus. At 20,7-11,é o primeiro domingo depois da festa dos pães asmos (At 20-6), isto é, o dia da Ressurreição e não da Eucaristia pascal: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão...” (cf. At 20, 7). [4] “O Novo Testamento oferece certo número de indicações sobre a importância do domingo para as primeiras comunidades cristãs.” [5] Percebe-se que o domingo no Novo Testamento não é um dia escolhido pela própria comunidade dos primeiros cristãos, mas pelos apóstolos e de certa forma pelo próprio Cristo que ressuscitou em dia de domingo ( cf. Mt 28,1; Mc 16,9; Lc 24,1; Jo 21,1 ). Neste ponto todos os evangelistas estão de acordo: o Senhor ressurgiu no domingo. É importante também mencionar aqui as aparições de Jesus aos seus em dias de domingo. Foi no primeiro dia da semana que Jesus apareceu pela ressuscitado aos discípulos reunidos juntamente com Tomé( cf. Jo 20,26-29). Também foi no primeiro dia da semana que Jesus caminha com os discípulos de Emaús e se dá a conhecer na fração do pão ( cf. Lc 24,13-33 ). “Os discípulos compreenderam que deviam pautar suas vidas em Cristo ressuscitado, a verdadeira páscoa, da qual a antiga era preparação e figura. E começaram a celebrar o primeiro dia da semana como Páscoa semanal.” [6] A Constituição sobre a Liturgia afirma que a Igreja celebra o domingo “segundo a tradição dos apóstolos, que tem sua origem no mesmo dia da ressurreição de Cristo” (SC 106). “Uma coisa é muito certa e clara: o Domingo como dia do Senhor, tem origem na ressurreição de Cristo.” [7] Aliás, a respeito do nome - Dia do Senhor - ele só aparece no Apocalipse. “No dia do Senhor, o Espírito tomou conta de mim” ( cf. Ap 1,10). Porém o nome Dia do Senhor, como vimos anteriormente, o Kyriaké, Dies Dominica, somente é atribuído pelos cristãos no final do século I e perpetuou até nossos dias.


O Sábado Judeu e o Domingo Cristão[]

Assim nos diz o Documento 43 da CNBB: “O Cristão, à semelhança dos judeus, consagrou um dia por semana à celebração de seus mistérios. A escolha recaiu sobre o primeiro dia da semana, dia da Ressurreição do Senhor, dia também que recorda a criação em Cristo, o recapitulador da História.” [8] O Domingo, Páscoa semanal dos cristãos, possui muitos elementos do sábado judeu. A palavra sábado, em hebraico “Shabbath”, que significa “cessar de”. O substantivo significa literalmente, “cessação”, interrupção de qualquer atividade. O sábado está relacionado com a palavra “Sheba” que quer dizer em hebraico sete. Daí podemos notar sua relação com o repouso no sétimo dia. A teologia do sábado hebraico tem seu fundamento no livro do Gênesis, onde Deus descansa depois de concluir a obra da criação.” “A Lei de Moisés, entre as suas prescrições mais antigas, mandava que os judeus descansassem no sétimo dia ou sábado (shabbath), dedicando-o totalmente ao Senhor.” [10] As várias passagens da Sagrada Escritura que trazem as leis prescrevem a celebração do sábado com o descanso do trabalho diário. “Durante seis dias farás os teus trabalhos e no sétimo descansarás...” (Ex 23,12). “Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias, e farás toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahweh teu Deus” (Ex 20, 8-10). “Durante seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será será o dia de repouso completo, dia da santa assembléia, no qual não fareis trabalho algum” (Lv 23, 3). A proibição do trabalho no sábado está baseada em três motivos. O primeiro é de ordem humanitária: deve haver um descanso para os homens e para os animais ( cf. Dt 5, 13-14 ). O segundo é de ordem sagrada: o sábado é santificado pela ação de Deus de descansar no sétimo dia ( cf. Gn 2, 2-3 ). A O terceiro fundamento do descanso no sábado tem raiz na libertação do Egito, eles recordavam a Aliança de Deus com o povo ( cf. Ex 19 ). “Não demorou, o povo começou a reunir-se aos sábados, o últimos dia da semana, para comemorar a Páscoa-fato ( libertação do Egito ) também através da celebração da Palavra de Deus. Ela constava sobretudo de leituras da Lei e dos Profetas e do canto dos salmos.” [11] Porém , foram enchendo o preceito sabático de prescrições legalistas, e logo este legalismo encobriu o significado fundamental do sábado como dia da Aliança, dia de repouso, dia de festa, dia do homem contemplar a obra criadora de Deus. Os conflitos entre Jesus e os judeus a respeito do sábado, giram em torno destas leis que faziam dos homens escravos do sábado. “durante sua vida mortal, Jesus se submeteu à lei: quis ser circuncidado e acompanhar a sua gente na observância do sábado. Repreendia, porém, os fariseus por seu rigorismo, que podia chegar à hipocrisia” [12] ( cf. Mt 12,10-14; Lc 13,10-17; 14,1-6...). O Domingo, como Dia do Senhor, tem sua origem na ressurreição de Cristo. Neste ponto, como já falamos anteriormente os evangelistas concordavam. É evidente que os primeiros cristãos, particularmente os que tinham origem judaica, freqüentavam as sinagogas nos sábados e depois participavam do culto cristão em casas particulares. O testemunho mais antigo é de São Justino: “No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se lêem, enquanto o tempo permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus seus preces e ações de graças e todo o povo exclama dizendo: ‘Amém’. Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos.” [13] Nota-se portanto que a importância do Domingo para os cristãos está no fato da Ressurreição do Senhor ter sido no primeiro dia da semana. Para nós, o Domingo está ligado a ressurreição porque Jesus Cristo é a Nova Aliança de Deus com a humanidade. Os judeus celebração a Aliança do Sinai, a páscoa-fato (passagem da escravidão do Egito para a liberdade de filhos de Deus). Cristo é a Páscoa verdadeira. Também há um outro fato importante que faz o Domingo significativo para nós cristãos: devido a Ressurreição do Senhor ter sido no primeiro dia da semana e também suas aparições aos discípulos terem sido no primeiro dia da semana, os apóstolos viram neste dia o dia do encontro com o Senhor. Daí valorizaram mais o Domingo que o sábado judeu. É fácil perceber que o Domingo cristão conservou várias características do sábado judeu. “O Domingo coloca-se sob os mesmos sinais de festa e de repouso. Por isso, é impossível falar do Domingo, dia do Senhor, sem evocar o sábado.” [14] Porém, o que o torna diferente do sábado judeu, é o fato da ressurreição de Cristo, Páscoa verdadeira, Nova Aliança de Deus com seu povo.

Significação Teológica do Domingo[]

O fundamento do domingo é o Mistério Pascal, o dia do Senhor Ressuscitado. O domingo cristão é a realização plena do que já prefigurara o sábado do povo eleito no Antigo Testamento. Jesus é a Páscoa verdadeira. O novo Adão que restaura a aliança de Deus com a humanidade. “Em Jesus Cristo, Deus passa, libertando e realizando a nova e eterna aliança, abrindo o caminho para que a humanidade possa passar da morte para a vida, do pecado para a graça, da separação de Deus para a comunhão de vida e de amor com Ele.” [15] “Podemos sintetizar a teologia do domingo com base nos nomes que este dia foi chamado: o termo ‘dia da ressurreição’ acentua sobretudo a memória; o termo ‘oitavo dia’, a profecia; o termo ‘domingo’, a presença do mistério do Senhor ressuscitado na sua Igreja.” [16] Tomo aqui as palavras de Jounel para explicar o significado dos nomes dados ao dia do Senhor. “O dia da ressurreição - está designação, tem a vantagem de lembrar de maneira explícita a relação do domingo com a Páscoa do Senhor. A influência da palavra se deve ao fato de que a liturgia bizantina conservou em cada um de seus domingos um caráter mais explicitamente pascal que as outras liturgias. O primeiro e o oitavo dia - o primeiro dia da semana é o dia da criação: ‘aquele no qual Deus, tirando a matéria das trevas, criou o mundo’, como declara S. Justino em sua Apologia I, 67,3. O Domingo - primeiro dia da semana - é também aquele que vem após o sétimo: é o oitavo dia. O domingo, como oitavo dia, é sinal da vida eterna: comemorando a ressurreição do Cristo, antecipa seu retorno. Nele participamos antecipadamente do grande e definitivo sábado.” [17] Os cristãos nos primórdios do cristianismo viverem intensamente o domingo porque perceberam com profundidade seu mistério. Os cristãos passam a ver o domingo como dia de celebrar a nova Páscoa realizado em Jesus Cristo. O domingo é dia da escuta da Palavra de Deus e também dia da celebração do sacramento pascal. O domingo cristão assumindo o costume da contagem dos dias dos judeus, começa com o por-do-sol do sábado. É que para os judeus o dia termina com o por-do-sol.


O Domingo segundo o Concílio Vaticano II

O Concílio Vaticano II define destes termos o domingo: “...o domingo é um dia de festa primordial que deve ser lembrado e inculcado à piedade dos fiéis, de modo que seja também um dia de alegria e de descanso do trabalho.” [18] Tomamos aqui as palavras de frei Alberto explicando esta definição do Concílio como festa primordial. “Os principais elementos para que se haja uma festa são certamente: um fato valorizado, como, por exemplo, o nascimento de alguém, a expressão significativa desse fato através da linguagem simbólica e a intercomunhão solidária do grupo de pessoas. O fato valorizado - o grande fato, que podemos chamar de Páscoa-fato, e a Páscoa de Cristo sintetizada em sua Paixão-Morte e Ressurreição. Por esta passagem de Cristo deste mundo ao Pai, realiza-se a nova páscoa, a passagem de Deus por este mundo, possibilitando a passagem do homem do pecado para a amizade de Deus, realizando-se com o homem a nova aliança. Assim, à Páscoa de Cristo Jesus acrescenta-se a passagem ou páscoa dos que n’Ele crêem, e procuram viver segundo a sua mensagem. A Páscoa é de Cristo e dos cristãos, iniciada na fé e no Batismo. Não existe na história da humanidade um fato que se deva ser mais valorizado do que este. A expressão significativa é o gesto simbólico em nome do Senhor. O gesto simbólico é essencialmente a reunião da comunidade cristã, comemorando a Páscoa de Cristo e da Igreja pela celebração da Palavra de Deus e da Eucaristia, pelo repouso e a alegria dos cristãos. Trata-se da páscoa vivida no rito simbólico. Por isso, pode dizer o Concílio: ‘Este dia chama-se justamente dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, os cristãos devem reunir-se para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da Paixão, ressurreição e Glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os regenerou para a viva esperança, pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos.” [19] A intercomunhão solidária - trata-se do conteúdo da festa dominical, da páscoa semanal. O conteúdo da festa pascal semanal dos cristãos é a comunidade reunida, onde se realiza a presença de Cristo, onde ele a vivifica. É Jesus Cristo quem no rito memorial torna presente para a Igreja a sua Páscoa. É Ele que se faz presente, libertando do mal, do pecado, do desamor, e renovando a nova e eterna aliança. No fundo, trata-se do mistério da comunhão de amor, de vida e de felicidade dos cristãos em e por Cristo ressuscitado. Os cristãos experimentam na festa a vida em Cristo.” [20]

A modo de Conclusão[]

O Domingo constitui a espinha dorsal do ano litúrgico, que estudaremos no próximo capítulo. “O domingo celebra sempre todo o mistério pascal, isto é, a morte, ressurreição de Jesus Cristo, com especial ênfase sobre sua ressurreição.” [21] Da correta compreensão do domingo nasce duas atitudes fundamentais: o culto dominical e o descanso, o repouso dominical. As atitudes nascem de uma convicção pessoal, e é diferente de uma obrigação que nasce das leis. Devemos nos esforçarmos para tornar o domingo mais alegre a festivo. Devemos organizar bem nossas celebrações para que elas tenham caráter festivo, expressam nossa alegria de filhos de Deus e não sejam apenas mera execução.


Fonte: Pe. Cristiano Marmelo Pinto

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